quinta-feira, 12 de março de 2009

A volta do Faith No More

Não posso deixar de comentar. Afinal, minha banda favorita está de volta. Sei que o assunto já tá batido pra cacete, mas vou falar de um ponto de vista de fã não xiita.

Faith no More 1997

Faith no More em 1997:
Puffy, Billy, Mike, Jon, Roddy

Primeiro, vamos aos fatos:

  • o Faith No More encerrou as atividades há 11 anos. Era um momento onde ninguém mais conseguia manter a sanidade na banda. Todos estavam de saco cheio de todos (talvez não o então guitarrista Jon Hudson, afinal ele estava na banda há pouco tempo) e resolveram acabar enquanto ainda dava. Saíram no topo.
  • Mike Patton, o vocalista na época, nunca foi muito fã de um tipo de música específico. Com isso, ele foi formando ao longo dos anos um zilhão de projetos parelelos que sustentaram ele nesses 11 anos.
  • Billy Gould, o baixista e um dos criadores do FNM, ficou pulando de galho em galho, montando pequenas bandas e produzindo outras pra se manter.
  • Mike "Puffy" Bordin, o bateirista e também um dos criadores da banda, tocou com Ozzy Osbourne nesses anos todos (nada mal)
  • Roddy Bottum manteve-se no Imperial Teen. Não deve ter ganho grandes cifras nessa ai.
  • O Jim Martin, guitarrista original da banda, que se desentendeu com Mike e os outros e em 1993 foi chutado, foi criar abóboras gigante em sua fazenda.
  • Já os outros eu não sei o que fizeram nesses tempos.

Mas, onde quero chegar é que, depois de 11 anos tentando, Bill conseguiu trazer a banda de volta. O motivo? Hummm, vamos pensar. Aliás, farei melhor, vamos nos colocar na situação.

Você tem uma banda. Durante os primeiros anos (na época onde o vocalista era o Chuck Mosely), eram uma banda de qualidade do mundo alternativo. Gravaram dois ótimos albuns, mas nunca ganharam lá grande reconhecimento. Ai, trocam o vocalista e tudo começa a acontecer. Música na MTV, turnê mundial, reconhecimento e grana. Um bocado de grana. E o melhor, com música de qualidade! Nos outros álbuns, resolvem arriscar, mudar um pouco o estilo. Mantém a qualidade. Na verdade, melhoram muito, mas o reconhecimento e a grana não são os mesmos. Nunca foram "front line" de nenhum grande evento. Mas vocês continuam. A grana, apesar de tudo, é boa. Gravam mais alguns álbuns, sempre soando bem diferente um do outro. Mas, na cabeça de alguns integrantes, aquilo não é mais o que eles querem. Começam a se desenteder. Em determinado momento, a coisa se torna insustentável e vocês terminam. Afinal, melhor terminar enquanto ainda há dignidade. Mas, depois do fim da banda, muita coisa acontece. Nesses 11 anos separados, vocês notam que muitas bandas se dizem influenciadas por vocês. Vocês percebem que a música que fizeram em outra década, ainda faz a cabeça da molecada que está chegando agora. Percebem que depois do fim da banda, o respeito aumentou muito. E, melhor ainda, descobre que tem gente querendo pagar muita grana pra ver vocês tocando juntos de novo.

E AI, EU PERGUNTO. O QUE VOCÊ FARIA?

Pergunto isso, porque vejo em vários lugares (especialmente no orkut), pessoas comentando e criticando negativamente essa volta. Dizendo que é apenas um caça-níqueis. Ora, mas e se for? Será que a banda não fez por merecer ganhar essa grana? E você, que gosta da banda, não pagaria uma grana boa pra revê-los? Não é justo que cada trabalhador ganhe seu dinheiro? A música é o trabalho desses caras e eles fizeram tão bem feito que estão pagando caro para vê-los de novo! Os esportistas não fazem isso também?

Por isso, caros amigos. Parem de criticar. Aplauso e resenha positiva não enche barriga de ninguém. É por grana que as bandas tocam, da mesma forma que é por grana que você acorda cedo e vai pro seu trabalho. É tudo a mesma coisa! A diferença é que eles conseguiram fazer o que todos sonham. Eles correram atrás e você, só sabe criticar.

Apenas uma observação: eu não acho justo pagar R$200,00 por um ingresso. Não sei se pagarei pra ver o FNM no Brasil. Mas eu fico quieto no meu canto e faço minha parte, em vez de criticar a banda.