segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um pouco da história do Machine Head

Este post iria se chamar "Through The Ashes of Empires - a volta por cima", mas escrevi tanto que tive de mudar...

Não sei quanto a você, mas Through The Ashes of Empires é meu álbum favorito do Machine Head.

Mas, cara, por que esse é o melhor?

machine Head - Burn my Eyes

Bom, vamos recaptular. O Machine Head começou muito bem (mas muito bem mesmo!) em 1994 com o álbum Burn my Eyes. Um álbum agressivo, seguindo uma linha mezzo Pantera, mezzo Slayer. Agressivo, rápido, com riffs quebrados, solos matadores e tudo aquilo que se faz obrigatório para uma banda de metal vinda da Bay Area californiana. Robb Flynn dizia adeus ao Vio-lence em grande estilo! O álbum era praticamente perfeito e a RoadRunner agradece até hoje por isso.


Machine Head - The More Things Change

Logo depois veio o The More Things Change. Este não vendeu tanto, mas conseguiu ser mais pesado, mais agressivo e mais extremo que o Burn My Eyes. Obviamente então, é um álbum excelente. Se um fã da banda me disser que não gosta desse álbum, eu vou solicitar que ele procure auxílio médico.

As coisas começaram bem demais pra uma banda. Também pudera, Robb Flynn tocou, simplesmente, com Vio-lence e Forbidden, duas bandas de thrash metal americanas que fizeram escola. Mas, alguma coisa o incomodava...


Machine Head - The Burning Red

Em 1999 o chamado "movimento" New-Metal estava vindo com tudo. Era o fim da mesmice. Era o começo de uma nova forma de se fazer metal. Pesado, cru, industrial. Simples, direto e com uma mão no hip-hop. Sucesso na certa! O Machine Head entrou nessa também. O lançamento do The Burning Red foi uma guinada na vida musical da banda. Tudo mudou. Olhando pra o passado, hoje, pareciam que estavam em um circo. Cabelos coloridos, mais curtos, roupas e video clipes coloridos, tudo muito diferente de uma banda que gravou o clipe de Ten Ton Hammer pouco tempo antes (exceto pelo Adam Duce, que sempre foi o Adam Duce). Mas era isso, o New Metal era isso. Não era viadagem, era uma forma de chocar os tr00s oitentistas que diziam que o metal era imortal. Eles mataram e reviveram o metal, refazendo-o de uma forma mais popular.


Machine Head - Supercharger

Só que, como todo sucesso, o new metal "deu no saco". Chegamos a um momento onde todas as bandas era iguais, fazendo o mesmo tipo de música, a mesma temática nas letras, os mesmo "weeh weeh weeh" nas guitarras. Tudo igual. E foi nesse momento, em 2001, que o Machine Head lançou o álbum Supercharger. Para muitos o maior erro da banda. Para outros muitos, o maior acerto. Músicas ainda mais simples, ainda mais rap, ainda mais industrial, ainda mais "feliz". Era a época, era o que as bandas estavam fazendo. Não adiantava ir contra o óbvio. A banda perdeu os fãs mais tr00s, mais antigos, porém, lucrou muito com uma leva enorme de novos fãs. Vendidos? Talvez não. Se você viveu bem essa época (nem faz tanto tempo assim), sabe que aquilo era a atitude, aquilo era o "Thrash Metal do novo século" (comparando apenas a atitude, não a sonoridade). O Machine Head fez isso muito bem (sim, porque mesmo não sendo o Machine Head do começo, ainda era melhor do que 90% das bandas que faziam isso).


O tempo passou, a banda mudou. Depois da saída de Logan Mader (1998) e de Ahrue Luster (2002), a banda chamou Phil Demmel para as guitarras. E este, pra mim, foi o maior acerto da banda. Phil também havia tocado no Vio-lence e, nesse momento, tudo que a banda precisava era voltar às origens, afinal, se em 2001 o new-metal já era repetitivo, imaginem em 2003! E foi nessa hora que eles deram a volta por cima mais perfeita que uma banda podia dar, lançando o épico Through the Ashes of Empires!

Machine Head - Through the Ashes of Empires

O álbum abre em tão grande estilo, mas tão grande estilo, que, se parasse ali, já seria um enorme feito. Imperium é a faixa mais completa do Machine Head. E o pé na porta para abrir uma nova éra. Mas, por incrível que possa parecer, o álbum não para aí. E continua no mesmo nível. Pesado, extremo, técnico e, acima de tudo, metal. Só metal. Não é tão rápido quanto os dois primeiros, mas é mais técnico e mais carregado. É uma aula de música nos anos 2000! Cabelos compridos e roupas pretas completavam o visual (porque queira você ou não, o visual também faz parte de uma banda). Era isso, Robb Flynn, Adam Duce, Phil Demmel e Dave McClain davam seu recado em forma de música.


Machine Head - The Blackening

Depois disso, de sentir novamente o gostinho do metal (o bom e velho) e sua sonoridade, a banda descobriu que sabia fazer isso como poucos. Provaram isso com o The Blackening. É o álbum mais próximo do Thrash Metal que a banda lançou. Uma usina de bons riffs com muito peso e vocais agressivos. Fica muito claro que o Metallica dos anos 80 influenciou muito este álbum. Muitos o comparam com o Master of Puppets, dizendo que este é o Master of Puppets dos anos 2000. Eu não acho que chega a tanto (me desculpem, Master of Puppets e Hell Awaits só existiu um), mas acho que, depois desse álbum, muita coisa mudou na música. As bandas começaram a fazer metal novamente e o Machine Head pode ser um dos responsáveis por isso.


Observação: minha intenção era colocar clipes do Machine Head de cada época, mas as gravadoras proibiram o youtube de publicar videos-clipes.