terça-feira, 19 de maio de 2009

Como é difícil resumir os Ramones!

No último churrasco que fiz aqui em casa, num momento de total embriaguez, o meu grande amigo Tatu (vulgo Ricardo Nunes) me fez um pedido muito complicado: "cara, você me deve um post sobre Ramones". Lá se foram dois meses e eu não conseguia encontrar o que escrever. Hoje, eu ainda não encontrei. Vou escrever porquê sou um alegre.

Ramones Logo

Ramones é aquela banda que 99% das bandas (de garagem ou não) tocam ou já tocaram algum cover. E o motivo parece ser bem simples: é a banda dos três acordes. Tirando eu, que sou um zero a esquerda, qualquer mané consegue tirar pelo menos uma música dos Ramones no violão, guitarra ou, até, na bateria. São simples, rápidas (ma maioria das vezes) e diretas ao ponto. Sem solos, sem grandes piruetas musicais, sem muito "nham nham nham" (da piada da freira no carnaval). Tudo muito simples e bem feito. Então, ai podemos resumir o motivo das bandas fazerem covers dos Ramones. PONTO FINAL.

Não. Não podemos, né. Mas, por que não? Pelo simples fato que, se fosse só por isso, todas as bandas fariam também covers de CPM22, Green Day, Misfits, Legião Urbana entre muitas outras. Todas essas bandas citadas ai também faziam músicas bem simples.

Ah, então, talvez seja por um vocalista carismático a frente da banda? Isso! Música simples de tocar + vocalista carismático. Isso ai impulsionou os Ramones, certo? Talvez, mas, ainda assim, acho que não temos um acordo. Legião Urbana e até (até!) Blink 182 tinham essas características. Mas você não vê uma banda que não seja de pop-rock os tocando. Misfits, apesar do Danzig, também pode ser enquadrada. Mas você não anda por aí ouvindo bandas tocarem Last Caress (quando o fazem, muitos associam ao Metallica) ou Dig Up Her Bones. Menos uma então.

Já sei, eles eram engraçados! Tinham letras engraçadas! Será? É, acho que não. Tem mais banda que faz isso ai e a gente nem sabe o nome. Menos uma!

Será, então, pelo fato de se vestirem diferente? Como uma típica gang de New York? Ou porque tinham atitude? Eram aquilo e sempre foram! Será por isso?

Difícil resumir os caras. Mas, basicamente - como sempre, na minha estúpida opinião - eles foram o que foram simplesmente porque tinham algo que pouquíssimas bandas têm: originalidade. Originalidade para serem carismáticos, se vestirem como uma gang, serem engraçados. Originais na atitude e na forma de ser. E, acima de tudo: originalidade para fazer músicas. Qualquer um toca uma música de três acordes, certo? Mas, você ai que está lendo enquanto coça o saco, é capaz de compôr uma música de três acordes e fazer dela um hino? Torná-la mundialmente famosa e reproduzida por todos? Bom, os Ramones fizeram isso com, pelo menos, dez músicas.

Você pode me dizer: "mas eles imitavam MC5, Stoogies, The Cramps..." Sim, até "imitavam", mas se saíram melhores que eles. Todos tinham sua simplicidade. Todos tinham sua "tosquice", mas, por algum motivo, os Ramones se sobressaíram. Principalmente aqui no Brasil, onde arrastavam legiões de fãs.

Pensemos bem. No início dos anos 70, o rock estava numa fase ultra criativa. Saiam as bandas de rockabilly e entravam mosntros como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Com composições cada vez mais trabalhadas, mais sofisticadas, o rock foi ficando mais exigente. Aí, chegam as bandas ditas punk rock e enfiam toda a técnica e exigencia no rabo, fazendo nada mais que rock and roll. Se isso não foi atitude, então eu tô falando besteira. Isso engrandeceu a música de uma forma sem fronteiras. Graças a esses caras, hoje até eu posso ter uma banda. Não precisamos ser mestres supremos da técnica e capacidade. Se você fizer algo bem feito, com vontade, consegue convencer todo mundo. É foi isso que Ramones e cia fizeram nos anos 70, dando o pontapé inicial do punk rock (que depois foi cagado e sentado em cima nos anos 2000, com as bandas de emocore tentando seguir seus passos, mas errando no vetor - afinal, a diferença entre cagar e dar a bunda é meramente vetorial).

Com uma discografia bem grande (14 álbuns de estúdio e 4 ao vivo), fica difícil sugerir por onde começar. Na dúvida, comece do primeiro e vá seguindo. Claro, não espere novidades. Não espere se surpreender. Apenas ouça. A melhor coisa dos Ramones é que você não precisa ficar prestando atenção aos mínimos detalhes. É bom porque é bom. Só isso. Letras simples (ou burras), riffs idem. Álbuns com menos de meia hora de música. E um monte de coletâneas. Se você é desses que apreciam coletâneas, não faltam dessts na discografia dos Ramones.

Resumindo de uma forma bem simples? Ramones chuta bundas. Os saldosos Joey, Johnny e Dee Dee Ramone devem se contorcer em seus túmulos ao ouvir os que tentam copiá-los. Descansem em paz, mestres!

domingo, 17 de maio de 2009

Games para Macho #1

De antemão, aviso que a idéia de escrever o "Jogo pra Macho" não é fazer uma análise técnica e minunciosa sobre os jogos, e sim expor quais os mais agressivos e nervosos para quando você estiver de saco cheio do mundo e só pensa em arrancar algumas cabeças e meter bala em tudo que tiver direito.

Claro que levarei em conta a qualidade de produção, gráficos, jogabilidade, para indicar jogos que realmente valham a pena o investimento do nosso suado money.

Obrigado!

GEARS OF WAR

Nada mais justo que começar com meu jogo predileto.

GOW

Talvez o shooter mais impressionante já desenvolvido para os consoles da nova geração, GOW foi lançado em 2006 pela Epic Games, inicialmente exclusivo para X-Box360 da Microsoft. O "retardado" que também pode ser chamado de gênio responsável pela criação e idealizador do game é Cliff Bleszinski, também conhecido apenas como CliffB, diretor de design da compania.

História

Gears Of War se passa em um planeta chamado Sera. Bastante parecido com a nossa velha Terra, é um local pacifico e calmo até o dia em que criaturas bizarras meio homem, meio lagarto, conhecidas como Locust, resolvem sair de suas tocas no submundo deste planeta e dominar a superfície. Este dia é conhecido como Emergence Day.

Para deter esta invasão, uma força tarefa conhecida com Delta Squad (Esquadrão Delta) é convocada. Liderada por Marcus Fenix, um ex-combatente rebelde e seus companheiros, eles partem para a missão mais difícil de suas vidas.

GOW

Sangue!

O Game

A escolha por uma visão em terceira pessoa sobre os ombros do personagem, já diferenciam GOW de outros jogos de tiro. A visão fica mais ampla, atingindo um angulo maior do cenário. A movimentação é bastante fiel aos comandos, e a única ausência sentida é de um botão "de pulo", não que ele faça falta durante o jogo, mas estamos tão acostumados que não seria tão ruim assim.

Os gráficos são talvez os mais belos já criados. A Epic teve o cuidado de se dedicar nos detalhes. Sombras perfeitas, brilho sobre as armaduras dos personagens, um clima sombrio, e as expressões e sangue impressionam. Os cenários são bem detalhados e cheio de pontos onde o personagem pode se esconder dos tiros e bombas lançadas.

Você tem a sua disposição 4 armas básicas: Uma pistola, uma calibre 12, granadas de fumaça e uma metralhadora equipada com uma serra-elétrica. Alias, impossivel apenas citar a serra sem comentar nada a respeito. Existem momentos em que um combate mais mano a mano é necessário, e ai a serra-elétrica de sua metralhadora entra em ação. A animação que envolvem as mortes com a serra são alucinantes. O sangue respinga na tela da tv dando um realismo tremendo.

Durante a partida você ainda tem a sua disposição algumas outras armas, como lança mísseis, snipers e flechas explosivas. Munição é deixada por Locust mortos e também encontradas em caixas espalhadas pelo cenário.

O jogo é divido em 5 missões, todas com suas sub-fases, o que garante mais de 8 horas de jogatina sangrenta, sozinho, ou acompanhado de um amigo no modo cooperativo ou ainda jogando online em time de 4 contra 4 em um mata-mata.

Existem 3 níveis de dificuldade, sendo o modo Insano, realmente para quem tem nervos de aço e uma experiência superior.

Opinião do Redator

Como eu disse no começo do post, Gears Of War é sem dúvida o meu jogo favorito de tiro. Quando coloquei as mãos nele, só larguei depois que fechei o game por completo. Isso sem nem sequer ter idéia de tudo que poderia ser feito online.

O som é perfeito. Se você ligar o console em um home, meu chapa, seus vizinhos vão chamar a polícia. E realmente a intenção é essa!

Não posso dizer que o jogo é dificil, confesso que existem partes onde as coisas complicam um pouco, mas com alguma insistência você segue em frente.

Os comandos também se encaixam perfeitamente após alguns minutos, e o domínio total das armas te transforma em um matador de primeira. Tire as crianças da sala! O sangue vai escorrer com certeza!

GOW é um jogo violento, recomendado pra quem tem sangue-frio e gosta de ação sem frescura, sem tramas ou quebra-cabeças. Nada além de tiros e seguir em frente.

Recomendo sem dó!

OBS: Só lembrando a galera que a continuação, Gears Of War 2, já foi lançada ano passado e segue a mesma receita de sucesso de sua primeira versão e ainda por cima com melhorias em alguns detalhes do primeiro. Também uma peça indispensável a coleção de JOGOS PRA MACHO.

Até a próxima!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Desabafo (Eu odeio metaleirinhos!)

Lendo uma comunidade qualquer do orkut, um cara estava defendendo um vocalista "X", dizendo que o cara não cantava tão mal. Seus argumentos eram bem interessantes e fui obrigado a concordar (até porque ele falava de uma banda que gosto).

Aí, me chega um metaleirinho, que não deve passar dos 16 anos (nada contra os mais jovens, apenas acho que devem se manifestar com mais cuidado) e me diz que "quem não canta nada é aquele vocal do Rush".

PUTA QUE ME PARIU!

Como assim? Você tava falando mesmo do Geddy Lee? Será que eu continuo sendo tão imbecil a ponto de enxergar o que não existe? Ah, dá um tempo!

Eu mesmo, não sou lá grande fã de heavy metal, os timbres dos vocais de heavy metal não me agradam. Mas falar que os caras cantam mal? Ai são outros quinhentos! Podem não me agradar, mas cantam extremamente bem!

Outro dia um moleque que não devia ter mais de 15 anos, me solta que o Metallica gravou três discos bons apenas: Kill'em All, Ride the Lightning e Master of Puppets. PORRA! Sintam-se a vontade pra falar mal dos outros, mas o que o ...And Justice for All tá fazendo fora da lista? Ele é um álbum pop, então?

Por isso que odeio Metaleirinhos. Tr00s na puberdade, façam-me um favor: vão comer cocô pra ver disco voador!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Intimidade Invadida!

piranha camuflada

Piranha Camuflada

Ontém, enquanto escrevia o post sobre Deftones, teclava com a minha amiga Lu Dacal, do blog Piranha Camuflada e falavamos sobre música (como de costume).

Pois não é que ela postou o diálogo, revelando minhas intimidades? Como minha vida é um livro aberto, sintam-se a vontade para ler e comentar.

Ah, e podem reparar que ela me prometeu uma cerveja! Vou cobrar no próximo encontro do fã-clube do Machine Head! E nada de Bohemia! Aquilo tem gosto de mijo!

Deftones - White Pony

Eu, como todo adolescente, era bobo (não que eu tenha mudado). Queria ouvir o que ninguém ouvia. Queria abalar, ser mal. Já era feio, só me faltava a atitude.

Deftones - White Pony

Deftones - White Pony

Aos 14 pra 15 anos, dei uma guinada e deixei de ouvir classic rock e rock and roll nacional pra ouvir mais coisas novas. E o New Metal tava ai pra isso. Hoje eu não aguento mais, acho que tudo virou mais do mesmo e a panela encheu. Mas, dia desses, ouvindo The Chauffeur do Duran Duran, me lembrei que o Deftones tinha feito uma versão desse som. E me lembrei que eu gostava desse som. Mais ainda, eu notei que o timbre do Chino Moreno, do Deftones, é muito parecido com o do Simon Le Bon, do Duran Duran. Aliás, as bandas de New Metal citavam o Duran Duran como inspiração (pela época, entende-se).

Bom, o tempo passou, eu deixei de ouvir muita coisa, passei a ouvir outras coisas e o mundo continou girando. Mas essa semana, por algum motivo, voltei a ouvir Deftones. Ouvi o Around the Fur e o White Pony várias vezes. E cheguei a uma conclusão meio estranha: o Deftones estava numa pegada completamente diferente das outras bandas da época e eu, um grande bobão, nunca percebi. E o álbum White Pony é bem diferente de tudo que ouvia nessa época (confesso que não ouvi nenhum álbum de Deftones depois do WP. Quem sabe qualquer dia desses, ouço). É um album que deixou muito do peso de lado, investiu em sons mais trabalhados, músicas mais bonitas, vocais menos gritados. É um resultado interessantíssimo.

Me lembro que na época do lançamento, em 2000, muita gente torceu o nariz. A Mtv tocava o clipe de Change (In the House of Flies) e os fãs mais fiéis criticavam, diziam que a banda tinha perdido o peso. Ai, ouviam Elite e iam a loucura! Era o peso do Deftones multiplicado. Eu ouvia a música Digital Bath e pirava. Achava um som diferente de tudo. Até hoje, ao escutar novamente, não entendo porquê eu gosto tanto desse som. A única coisa que consigo entender é que esse é um bom álbum, que se destaca dentre os álbuns lançados no início da década.

Vou sugerir aqui alguns sons deste álbum:

Digital Bath

Elite

Com essas duas músicas, dá pra notar bem a diferença. A Elite é a mais pesada do álbum.

Muitos não devem saber, mas o baixista original da banda, Chi Cheng, sofreu um terrível acidente automobilístico no final de 2008, e encontrava-se em coma até a semana passada. Ele continua em estado grave, quase vegetativo. A família montou um site para coletar doações http://oneloveforchi.com.

Ps.: Gostaria de me desculpar com meus inúmeros 18 seguidores do blergh pelos hiatos. Muito trampo e pouco tempo (e inspiração) pra escrever.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ainda sobre Pantera

Com orgulho.

Scream

Scream ao vivo

Não tem como ler o Post do meu amigo Kuvas e ficar isento. Ficar inerte aos fatos.

E duvido que agora vocês não estejam ouvindo um som bem alto do Pantera, e querendo esmurrar nem que seja seu próprio pai. Pois é, o que aconteceu comigo a 17 anos atras foi exatamente isso.

Quando ouvi e vi essa banda pela primeira vez, mais que a música, o que me chamou a atenção foi a violência e agressividade ao vivo. Não tem como não "bangear" mesmo sem ser cabeludo, mesmo sem ao menos curtir o som. É avassalador. A minha identificação com a banda foi ficando cada vez maior. Os sons entrando em meus ouvidos mais e mais, e por fim, as palavras proferidas por DEUS, leia-se Phil Anselmo, invadiram minha alma e confesso que mudaram minha adolescência e por fim, minha vida toda.

E me sentindo um privilegiado, estava eu lá em 1995 no Olímpia, assistindo ao vivo a maior banda de todos os tempos. Pintei a mão uma camiseta exclusiva pro show, careca ao extremo, e lá estava eu. Lembro-me de ter atirado algo para o palco, algo para o Phil Anselmo guardar, sei lá o que foi, mas que eu fiquei maluco e atirei tenho certeza. Sai de la com morto, totalmente destruido, mas com uma satisfação na alma imensa.

Meu fanatismo foi aumentando, como uma tiéte louca eu guardava tudo que achava dos caras, comprava qualquer revista que tivesse uma minima foto da banda. Criei duas pastas com fotos e artigos nacionais e importados dos caras. A minha primeira revista "RockBrigade" foi com Pantera na capa, claro. Por fim corri atras de todos os cds possiveis piratas e oficiais. E videos, de shows, entrevistas, e o que mais consegui achar. Tive a oportunidade de viajar aos EUA em 2001 e a primeira coisa que fiz quando entrei em uma loja de metal foi comprar, sem mentira, TODAS as camisetas do Pantera que achei. Confesso ter uma gaveta do armario completa de produtos da banda guardados até hoje. Um santuário.

Por fim, como que por um destino maluco, acabei em 2000 indo a um show de uma tal banda chamada UNSCARRED - Pantera Cover SP. Fan maluco, fui com todas as pedras na mão para ver esta ousada banda que tinha a coragem de tocar as músicas dos deuses.

Pra minha sorte, o som era perfeito, baterista animal, guitarra em cima, baixo redondo. Porém o vocal não me agradou em nada. Não sabia as letras, não cantava no tom. Não podia representar Phillip Anselmo.

Sem vergonha alguma, após o show eu fui procurar alguem da banda para, além de cumprimentar pelo show, comentar sobre esta critica. Conversei com o baterista, o Edu Garcia. Ao comentar sobre o vocal, pra minha surpresa, ele concordou comigo e disse que se eu quisesse, poderia fazer um teste.

Pra terminar, o final da historia todos já sabem. Hoje, após 10 anos praticamente, tenho o orgulho de ser o Scream, vocalista do UNSCARRED - Pantera Cover SP, e de representar, com muito prazer, mas acima de tudo respeito, esta que é e sempre será a maior banda metal de todos os tempos. E ter a resposta positiva do publico em nossos shows, é a maior prova de que estamos fazendo nosso trabalho direito e representando com dignidade!

Segue um vídeo do Unscarred ao vivo na LedSlay em SP.

Link para o vídeo

Abraçøs a todos os leitores!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Música para Macho #7

Pantera

Depois de falar do Motörhead no último "Música para Macho", a responsabilidade de quem viesse a seguir ia ser grande. Você não pode mais chegar e falar qualquer baboseira depois de falar dos mestres. Você não pode afinar! Então, resolvi falar de uma banda, no mínimo, polêmica: o Pantera!

A polêmica em torno do Pantera é grande. É uma daquelas bandas "ame ou odeie". Quem gosta, entende e digere o som, considera como algo que jamais será feito novamente. Quem não gosta, simplesmente acha que é uma bandinha de músicas repetitivas e sem nenhuma afinidade com gênero algum. Como responsável por escrever este post, devo avisá-los que quem escreve aqui é um dos fanáticos, então você poderá me odiar ao terminar de ler.

Pantera

O Pantera de 1997

A maioria das polêmicas sobre a banda começa com seu muito mais polêmico front-man: Phil Anselmo. De língua afiada, gênio difícil de lidar e atitudes polêmicas (é o rei da overdose), Phil faz com que muitos odeiem a banda. Já foi até acusado de gay, por sua amizade de longa data com Sebastian Bach. Para mim, se esses dois caras são gays, algo está muito errado no mundo. Pela quantidade de mulheres que esses caras pegam, não os vejo fornicando um ao outro!

Por outro lado, a competência e carisma dos outros integrantes da banda (Rex, Vinnie, Dime), faz com que muitos se tornem seguidores insanos de tudo que eles fazem. Os shows do Pantera foram, sem dúvida, memoráveis. O público de um show do Pantera é insano. Se você teve a oportunidade de ir a tal espetáculo, sabe do que estou falando (eu não tive).

A banda lançou seu primeiro álbum em 1983, dois anos após seu início. Se você conhece o som da banda, mas não é fã, ao ouvir um dos primeiros 3 álbuns vai se assustar. O estilo da banda nos anos 80 era um hard rock bem puxado para o glam rock. Algo muito parecido com o Poison, Mötlëy Crüe e outras tantas bandas dessa época. Bandas odiadas por quem curte o som do Pantera. Bandas consideradas "música para menininhas" pela maioria do headbangers1. Nessa época, a banda era formada pelos irmãos Abbott (Vinnie Paul - bateria e Dimebag Darrel - guittarra), Rex Brown (baixo) e Terry Glaze (vocal). Depois da saída de Terry e a entrada de Phil Anselmo, tudo mudou. O som mudou, a atitude mudou. O Glam Rock morreu para a banda, que deu lugar a um som imundo, sem pai nem mãe. Um som cru, pesado e sem muito compromisso com nada além da agressividade. Apesar de o primeiro álbum de Phil com a banda ainda ter um pé no glam, tudo mudou no primeiro álbum dele de verdade: Cowboys from Hell, de 1990.

O nome do álbum dava bem a cara do que eles eram: Cowboys. Uma banda vinda do Texas, não pode ser muito diferente disso. Talvez, em seu princípio, com o glam rock tomando multidões, a banda tenha visto ai sua identidade. Mas, depois de cairem na real, perceberam que eram só mais uma banda de hard rock, resolveram partir pra agressividade e acertaram em cheio. Cowboys from hell é, para mim, o pé na porta dos anos 90. É o "cartão de hostilidade" do som dos anos 90. O rock ficou mais agressivo nos anos 90. O Pantera foi um dos responsáveis por isso. E deixaram isso bem claro, ao lançar em 1992 um álbum ainda mais pesado, imundo e violento: Vulgar Dispay of Power.

Daí pra frente, foi porrada atrás de porrada. Os outros três álbuns de estúdio que seguiram (Far Beyond Driven, The Great Southern Trendkill e Reinventing The Steel) foram ficando cada vez mais pesados. O som foi ficando cada vez mais sujo. Eles podiam tocar bossa-nova que seria agressivo. A instrumental de Dime, Rex e Vinnie era algo "pedreiro". Algo impossível de ser tocado de forma "leve". Aliás, Dimebag Darrel é um caso a parte no metal. O cara, além de ser um dos sujeitos mais carismáticos que já se viu, era de uma criatividade incrível. Seus riffs são sempre marcantes, daqueles que fazem você balançar a cabeça e bater o pé sem nem mesmo se dar conta. Era capaz de tocar algo simples de uma forma que ninguém consegue. E fazia um som pesado como poucos. Em uma conversa com Luis, concluímos que se a banda não tivesse acabado em 2001, o álbum seguinte seria gravado em um tijolo, de tão pesado que ficaria.

Se você nunca ouviu nada de Pantera, recomendo que tente começar pelo Cowboys From Hell. Como disse, é o cartão de hostilidade da banda. Depois, se sentir que sua mãe vai deixar, você pode tentar ouvir o Vulgar Display of Power. Se ainda assim você não correr pro banheiro todo cagado ou colocar um disco do Fresno pra se tranquilizar, ai você pode ouvir o The Great Southern Trendkill, o mais pesado, violento e, na minha opinião, melhor álbum da banda.

Em uma das músicas, Good Friends and a Bottle of Pills, a letra diz:

"Eu fodi sua namorada ontem à noite / Enquanto você roncava e babava / Eu fudi seu amor / Ela me chamou de Meu macho / Eu a chamei de boneca"

Uma grande pena tudo ter acabado da forma como acabou: trágico. Em 2004, quando cogitava-se uma reunião da banda, um idiota, desgraçado, fanático, gay enrustido subiu ao palco e simplesmente matou o mestre Dimebag Darrel. Na frente de todos. No meio do show. Ele foi morto logo depois por um policial que arriscou a vida para salvar Dime. Pra mim, esse imbecil deveria ter ficado vivo, exposto em alguma praça no meio de Dallas, e fosse espancado todos os dias as 17h. Seria mantido vivo, para sofrer por toda a eternidade.

O Pantera nunca mais vai voltar. Não como foi um dia, mas você deveria dar uma chance e, se não gosta do som da banda, tentar entender. Se não conhece, deveria conhecer.

Pantera - Cowboys From Hell

Primal Concrete Sledge - Ao Vivo

Mouth For War (vídeo clipe oficial)

1Nota: Eu estou aqui para dar a cara a tapa e afirmar que não havia nada de "música para menininhas" no glam rock. Era a música de macho dos anos 80! Era o que as mulheres gostavam. E, ainda assim, era Rock! Hoje em dia, para pegar a mulherada, sujeito dança axé com shortinho apertado na praia. Naquela época, o sujeito tinha um carro conversível e andava ouvindo hard rock, fazendo biquinho, com laquê nos cabelos. E pegava muito mais mulher do que esse que veste shortinho e rebola a bundinha! Eu garanto!